Conhecendo os 12 profetas menores

OSEIAS: Qualquer um pode amar uma rosa, mas é preciso um grande coração para incluir os espinhos
Oseias viveu numa época de muitas inconstâncias políticas internas e um cenário geopolítico internacional turbulento. A injustiça, a corrupção e complacência caracterizavam a monarquia de Israel. Além disso, o povo havia se corrompido com a religião cananeia. Os israelitas passaram a adorar a Baal como o provedor da fertilidade e prosperidade. Os líderes religiosos de Israel, que deveriam auxiliar e conduzir o povo a uma vida de santidade, começaram a tolerar aquela situação. Motivados por ganância, alguns até mesmo incentivavam o povo em sua apostasia.

Oseias foi o primeiro a escrever sobre a relação de aliança de Deus com seu povo como um casamento. A aliança entre Deus e Israel é comparada ao contrato matrimonial entre o homem e a mulher. Mais que o contrato em si, o profeta explora o aspecto do amor do esposo para com sua esposa. Isso foi facilitado pela própria experiência do profeta: Oseias casou-se com uma prostituta obedecendo a uma ordem do Senhor. O objetivo disso é esclarecido no próprio livro: A família de Oseias simbolizava a infidelidade religiosa dos israelitas. Eles adulteraram a verdadeira adoração a Deus se envolvendo com as práticas pagãs de Canaã. Através da experiência pessoal experimentada por Oseias, de forma simbólica Deus revelou com perfeição o estado corrupto em que o povo da Aliança se encontrava. 

JOEL: A força da humanidade é o seu número, mas sua fraqueza é a incapacidade de cooperar
Diferente da maior parte dos outros homens de Deus, Joel não vincula o seu ministério ao governo de nenhum rei. Ele é principalmente reconhecido como escritor literário, mas ao mesmo tempo também apresenta ensinos teológicos de muito valor. O profeta reconhece o propósito do Senhor nas atividades da natureza, como esta sendo dirigida por Deus.

Joel viveu num contexto onde o povo se encontrava numa situação difícil: a intromissão dos povos estrangeiros, cobranças de altos tributos, o tráfico de escravos, o sustento das instituições teocráticas: o templo, os sacrifícios e o sacerdócio. Assim, o profeta faz um forte apelo à conversão, que não se resume em sinais externos de arrependimento. Ele ensina que a verdadeira conversão passa pelo coração, convocando todo povo para mudanças de práticas. Além disso, prevê uma geração onde Deus derramaria do Seu espírito, precedendo Sua volta.

A proposta do universalismo e libertação de Joel foi inovadora e provocadora de resistência e busca de transformação de uma realidade de exclusão e desumanização. Joel continua incutindo esperança para o povo de hoje, pois o forte apelo de conversão sempre é atual: conversão no coração e não apenas de aparência.

AMÓS: Lute hoje por um amanhã melhor
Amós é o profeta da justiça social, tornando-se um modelo e inspirador de todas as pessoas empenhadas na construção de uma sociedade mais humana, mais justa, mais ecológica, mais solidária, mais fraterna, mais cristã. Amós resgatou a dimensão ética da aliança em relação ao próximo, como parte do amor a Deus. Ele apela em favor de todos os pobres, injustiçados e oprimidos pelos ricos, comerciantes desonestos, líderes corruptos, juízes sem escrúpulos e falsos sacerdotes.

Amós era um homem simples e de origem rural. Sua familiaridade com o campo pode ser notada várias vezes em sua mensagem profética, como por exemplo, quando ele usa palavras referindo-se a animais, insetos, ervas e frutos. Ele não havia estudado para ser profeta, nem mesmo foi um discípulo de profeta ou recebeu qualquer treinamento nesse sentido, isto é, ele não era considerado um “profeta de profissão”, e não dependia desse ofício para seu sustento. Na verdade, o próprio Amós fez questão de afirmar que não possuía conexão alguma com a escola religiosa formal de sua época. Esta recusa de ser chamado profeta evidencia a sua ruptura com as instituições formais de seu tempo: o palácio real e o templo. Foi esta independência institucional que permitiu a Amós proclamar a Palavra de Deus livremente sem nenhuma preocupação com a opinião pública ou interesses escusos. Mas apesar de sua origem rural, Amós demonstrava conhecer muito bem a Lei de Deus e a história do povo da aliança. Em sua profecia, ele fez várias referências aos fatos narrados no Pentateuco.

A estabilidade política e econômica, nessa época em Israel, se deu pela retomada do comércio internacional e da agricultura. No entanto, esse auge favoreceu apenas os comerciantes e a corte, pois o povo sustentava toda essa estrutura por meio da injustiça social e da escravidão. O resultado disso foi a miséria do povo. Por isso, Amós condena a todos que se tornam ricos e poderosos à custa dos outros, afirmando que os que tinham suas casas esplendidas, móveis caros e mesas ricamente guarnecidas - defraudando, pervertendo a justiça e esmagando os pobres -, perderiam tudo que possuíam.

Ademais, também é muito significativa a forma com que as profecias de Amós revelam o nosso Senhor Jesus. Apesar de tudo, o profeta falou sobre uma restauração, um governo e juízo que só encontram seu cumprimento pleno e final em Cristo, não apenas em sua primeira vinda, mas também no seu retorno em glória para estabelecer seu reino universal no novo céu e nova terra.

Aprendemos com Amós a viver a realidade da palavra profética: denunciando as injustiças, advertindo, exortando, e, sobretudo, propagando a esperança; sem a ilusão da neutralidade, do conformismo e da comodidade. Como cristãos não podemos ficarmos alheios à situação das grandes questões atuais. É importante que levantemos a nossa voz para que as pessoas se voltem para Deus, convertendo-se dos seus maus caminhos.

OBADIAS: O orgulho é o caminho do erro
A profecia de Obadias incide sobre o poder destrutivo do orgulho, das consequências em viver de uma forma autocomplacente, dando prosseguimento a nossos próprios sentimentos e desejos sem considerar os impactos sobre aqueles que nos rodeiam.

Obadias foi um profeta de Deus que usa esta oportunidade para condenar o povo de Edom pelo seu orgulho. Os edomitas são descendentes de Esaú e os israelitas são descendentes de seu irmão gêmeo, Jacó. A briga eles tem afetado seus descendentes por mais de 1.000 anos. Esta divisão causou os edomitas a proibir que Israel atravessasse as suas terras durante o êxodo dos israelitas do Egito. Assim, esse povo tinha uma grande vantagem sobre os israelitas, porque eles habitavam em uma fortaleza firme nas montanhas, o que dificultava o acesso de qualquer inimigo. Por causa disso, eles acreditavam que jamais seriam destruídos. Edom achava que nenhum inimigo conseguiria derrubar suas defesas, que aquela era uma região inexpugnável. Sua altivez era muito grande. Assim, Deus condenou os edomitas pela arrogância e pela traição, portanto, seriam julgados pela sua desumanidade, pois eles se acharam maiores do que realmente eram: "grandes" o suficiente para prejudicar os seus irmãos.

Apesar de tal orgulho ter feito parte da vida dos seres humanos decaídos desde a tragédia da queda no Éden, Obadias nos oferece um lembrete austero para nos colocarmos sob a autoridade de Deus, sujeitarmos os nossos apetites a Seus propósitos e encontrarmos a nossa esperança de ser Seu povo quando a restauração de todas as coisas vier. Obadias prega, além do julgamento de Edom, o julgamento universal e a restauração da nação escolhida. O versículo 21 do Livro de Obadias contém uma prefiguração de Cristo e Sua igreja: Os "salvadores" citados são os apóstolos de Cristo, e especialmente os pregadores do Evangelho nestes últimos dias. Eles são chamados de "salvadores" por pregarem a salvação através do evangelho.

JONAS: Não adianta fugir da responsabilidade


O mais famoso entre os profetas menores, muitas pessoas apenas sabem quem foi Jonas no diz respeito ao relato de quando ele foi engolido por um grande peixe ao fugir da ordem do Senhor. Sua missão era ir a Nínive, uma grande cidade que estava muito corrompida pela maldade e pelo pecado, mas o profeta tentou fugir da presença de Deus e embarcou numa viagem para Társis, bem longe do propósito para o qual o Senhor o havia chamado.

A missão de Jonas colocará em xeque muito do seu espírito nacionalista exacerbado, seu temperamento destemperado e sua visão distorcida das ações de Deus para com os não crentes. Por isso ele vê a fuga como única saída. Deus chamou Jonas para uma tarefa específica, para avisar a cidade de Nínive que um julgamento estava chegando para eles. Deus queria estender Sua graça a um povo perdido e necessitado, e Jonas não queria fazer parte disso! Deus queria salvar o povo pagão de Nínive. Jonas, por outro lado, por se tratar de um povo inimigo, os odiava e talvez se importaria menos se eles tivessem morrido e ido para o inferno.

Assim como Jonas, quão cegos é possível nos tornarmos por causa de nossas defesas psicológicas, sem admitir nossas nínives interiores, nossas crises existenciais e nossos abismos que nos distanciam dos outros e de Deus? Construímos muros de indiferença, que nos tornam quase impenetráveis; quase, porque Deus não desiste de nós. Se preciso for, Ele usará tempestades, abismos, mestres, monstro marinho ou vento oriental para nos sacudir, nos ensinar, nos redirecionar e nos convencer a obedecer e a amar. Essa é a sua misericórdia em ação.

MIQUEIAS: A corrupção é um crime sem rosto
Miqueias era um homem do povo, bem do interior. Criado na roça, sua linguagem é simples e direta: Pão, pão! Queijo, queijo! Não usa meio termo e vai direto ao assunto. Ele vive muito identificado com o povo mais humilde que era explorado e oprimido pelos grandes, denunciando a terrível dominação que os poderosos im­punham ao povo trabalhador e indicando suas causas: exploração, latifúndio, propinas, corrupção e vontade de ganhar dinheiro sem preocupação com os pobres. Miqueias chama, carinhosamente, esse grupo de “meu povo” e defende a vida deles contra a elite governante: “vocês são gente que devora a carne do meu povo e arranca suas peles; quebra seus ossos e os faz em pedaços, como um cozido no caldeirão”.

Assim como no tempo do ministério dos outros profetas, no contexto social de Miqueias também havia grandes contrastes. A classe rica e poderosa oprimia e explorava os pobres que muitas vezes viviam na linha da miséria. Os grandes proprietários de terras contavam com o apoio dos políticos e religiosos corruptos de Israel para obter vantagem sobre os que nada tinham. O resultado disso é que toda a nação tornou-se corrompida.

A mensagem de Miqueias é uma mistura complexa de julgamento e esperança. Por um lado, as profecias anunciam o juízo sobre Israel pelos males sociais, liderança corrupta e idolatria. Por outro lado, proclamam não apenas a restauração da nação, mas a sua transformação e exaltação. Sendo assim, este livro é um grande exemplo da justiça de Deus. Embora pareça que as autoridades da terra têm “poder para fazer o que desejam”, esse é um grande engano. O Senhor Deus está muito atento ao comportamento dos governos terrenos. Quando estes oprimem, abusam e denigrem as pessoas, cedo ou tarde o Senhor Deus age.

NAUM: Não há ordem sem justiça
Em Naum aprendemos que o arrependimento deve ser algo constante e duradouro. Nínive havia recebido uma mensagem de juízo através de Jonas há cerca de 100 anos atrás e se arrependeu, como já comentamos anteriormente. Contudo, o tempo passou e o comportamento de pecado foi assumindo o controle gradativamente. Nínive voltou a praticar as mesmas coisas e outras ainda piores. A profecia de Naum deixa muito claro que o juízo de Deus seria derramado sobre a nação por causa dos pecados cometidos, que envolviam o orgulho, opressão, crueldade, adultério e feitiçaria. Essa profecia implicava na destruição da maior potência da época.

Além disso, o profeta nos lembra de um fato importante e, às vezes, esquecido no estudo do Antigo Testamento: Mesmo depois de separar os israelitas para ser um povo especial, Deus continuou dominando sobre todas as nações. Ele não é e nunca foi apenas o Deus de Israel. Ele é o Rei dos reis e Senhor dos senhores, com domínio sobre todas as nações.

Naum enfatiza a soberania de Deus, que é para nós, crentes do presente século, um poderoso consolo em um mundo que tem perdido toda a noção e senso de justiça e humanidade. É um consolo saber que as forças do mal, por mais poderosas que sejam, estão sob o domínio do Rei da Justiça.

HABACUQUE: Há muitas razões para duvidar mas uma só para crer
Acreditamos que Deus domina tudo, mas achamos difícil compreender a maldade que nos cerca. Pessoas inocentes são vítimas da crueldade de outros. Nações entram em conflitos umas contra outras. Olhamos para o Senhor com uma única pergunta: "Por que permites tal violência e injustiça?".

Habacuque não tinha medo de expressar suas dúvidas e queixas a Deus. Ele questionou o porquê Deus permitia que a injustiça e a violência dominassem seu país. Será que Deus não se importava com a maldade praticada contra os justos?

Toda essa situação fez com que Habacuque questionasse ao Senhor com relação a uma aparente indiferença de Deus para com a terrível realidade de sua época. Habacuque pergunta e Deus responde. Habacuque se sente alarmado pela resposta de Deus e faz uma segunda pergunta. Deus responde de novo, e Habacuque aceita, humildemente, a réplica do Senhor, dando louvor a Ele num cântico de adoração. Habacuque faz a pergunta que nós gostaríamos de fazer, e recebe a resposta com a atitude que devemos mostrar. Esses questionamentos não eram motivados por uma incredulidade por parte do profeta, ao contrário, ele sabia da soberania de Deus sobre tudo o que estava acontecendo.

Deus respondeu a Habacuque com o anúncio de um grande castigo. Diante dessa resposta, Habacuque ficou horrorizado e questionou várias vezes como isso poderia ser justo. Deus explicou que o sucesso das pessoas ruins é apenas temporária, mas Deus cuida de quem é fiel a Ele. Assim, depois de ouvir todas as respostas, Habacuque orou, confessando sua fé. Ele mudou, através da oração, a profunda aflição em esperança. Ele lembrou da glória de Deus e de Seu grande poder.

A lição que o profeta deixa com seu livro é uma já conhecida no meio cristão: o justo viverá pela sua fé. Quando questionamos os acontecimentos à nossa volta, quando as situações nos pressionam e nós começamos a reclamar, precisamos ter um atitude... crer. É necessário que haja em nós a disposição para viver a soberana vontade de Deus, isto com uma atitude que glorifique ao Senhor, mesmo quando o quadro é completamente desfavorável aquilo que gostaríamos de viver.

SOFONIAS: Uma nação sem juízo e discernimento
Sofonias nos ajuda a entender o conceito do “Dia do Senhor”, uma expressão que identifica um dia no qual Deus acerta as contas, salvando os obedientes e humildes e castigando os rebeldes e orgulhosos.

Mesmo tratando do seu povo escolhido, Deus usa linguagem forte para falar de um castigo terrível. A justiça de Deus é vista como assunto desagradável e incoerente quando falamos sobre o amor e misericórdia do Senhor. Mas a Bíblia - tanto no Antigo como no Novo Testamento - claramente ensina que Deus castiga e destrói as pessoas e as nações que persistem na rebeldia contra ele. Apesar disso, Sofonias não negligencia a mensagem da graça. O mesmo Deus que traria tamanho castigo contra seu povo lhes estenderia a sua misericórdia.

A punição pode ser dolorosa, mas o seu propósito é redentor. A inevitabilidade da correção sobre a impiedade dá conforto em um momento o qual parece que o mal está desenfreado e vitorioso. Temos a liberdade de desobedecer a Deus, mas não a liberdade para escapar das consequências dessa desobediência. Aqueles que são fiéis a Deus podem ser relativamente poucos, mas Deus não os esquece.

AGEU: Com fé podemos reconstruir
Ageu foi um profeta que viveu no tempo da reconstrução do templo de Jerusalém. Deus o usou para encorajar os judeus a completar o trabalho, apesar da oposição dos inimigos. Ele convidou o povo a se dedicar mais às coisas do Senhor.

Em seu contexto, os judeus estavam dizendo que “não era hora” de reconstruir nada, porque, na verdade, estavam mais preocupados com seus próprios interesses. Todavia, quanto mais focavam em si mesmos e ignoravam as coisas de Deus, menos prosperavam. Eles tinham perdido o foco do principal e estavam sofrendo as consequências. Por este motivo, Ageu leva o povo a observar onde realmente estavam seu coração e suas prioridades, pois as pessoas haviam perdido completamente a paixão e entusiasmo pela adoração ao Deus de Israel. Ele encorajou o rei a recomeçar a reconstrução com o objetivo de cumprir o propósito de Deus que eles tinham no passado e trazer vigor espiritual.

Ageu mostrou a importância de abandonarem a negligência em que estavam, falou sobre as bênçãos de Deus que seriam derramadas junto do potencial de uma glória maior que haveria no novo templo. Ele ressaltou as bênçãos futuras de Deus para um povo que havia se corrompido e também profetizou sobre a promessa de Deus acerca da vitória de seu povo sobre as nações.

Menos de quatro meses depois desse profeta começar o seu trabalho, o alicerce do templo já foi colocado e o trabalho continuava. Ageu fez sua parte na declaração da mensagem divina, e o povo fez sua parte sendo obediente à palavra pregada.

ZACARIAS: Todo esforço tem a sua recompensa
O livro de Zacarias contém o mais claro e o maior número de passagens messiânicas (sobre o Messias) entre os Profetas Menores. A esse respeito, é possível considerar esse livro como uma espécie do livro de Isaías, outro profeta messiânico muito conhecido, em miniatura. Zacarias retrata o Cristo, tanto na sua primeira vinda (Zacarias 9:9) quanto na sua segunda vinda (9:10-10:12). Jesus virá, de acordo com Zacarias, como o Salvador, o Juiz, e, finalmente, como o Rei justo governando o Seu povo de Jerusalém (14:8-9). O mais incrível é que tudo o que Zacarias previu acerca da primeira vinda de Jesus já se cumpriu – não apenas espiritualmente, mas de forma literal.

Zacarias nasceu em uma família de sacerdotes ainda na Babilônia, e, por causa de sua linhagem familiar, ele além também era um. Zacarias tinha uma íntima familiaridade com as práticas de culto dos judeus, ainda que nunca tivesse servido em um templo concluído.

Ele começou seu ministério de profeta em um tempo quando a construção do templo estava parada, por ordem do rei da Pérsia. O povo estava desanimado e não tinha mais vontade de continuar o trabalho. Aí Deus enviou Zacarias e seu contemporâneo Ageu para animar o povo, e graças às profecias deles dois, os israelitas ficaram mais motivados e concluíram a construção do templo. Enquanto a mensagem geral de Ageu, que já falamos anteriormente, tinha mais um tom de advertência (apontando para o pecado dos judeus e seu autofoco), Zacarias usou um tom de encorajamento e esperança.

MALAQUIAS: A mediocridade é uma bolha
Malaquias combateu a negligência e a hipocrisia, principalmente dos líderes religiosos. Com o passar do tempo, a corrupção se generalizou a tal ponto que o cargo do sumo sacerdote revestiu-se de caráter político, ao ser ele designado pelo governo. O texto indica de que houve um desvio de conduta por parte desses religiosos, sendo culpados de desprezarem o nome de Deus. Eles perderam a essência e em desobediência à lei que regulamentava as atividades do Templo, indevidamente recolhiam todas as ofertas do povo e nada deixavam para os levitas, os órfãos, as viúvas e os estrangeiros. Os sacerdotes transformaram-se em profissionais da religião e totalmente divorciados de Deus. Os lucros das grandes festas eram repartidos com os oficiais superiores. Todo o plano de Deus foi corrompido por eles, por isso a expressão de Jesus: “A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a fazeis covil de ladrões.”

Além disso, Malaquias também confrontou o desprezo demonstrado pelo povo dos princípios divinos para o casamento e criticou a mesquinharia das pessoas que se preocupavam com seu próprio bem-estar material enquanto negligenciava suas responsabilidades para com Deus. O povo estava desanimado, tomado pela desilusão e com muitas dúvidas, pois acreditavam que as promessas de Deus que diziam respeito à restauração após o cativeiro babilônico não haviam se cumprido. Esse cenário fez com que eles deixassem de lado o zelo pela obra do Senhor. Isso fica claro durante a mensagem do profeta Malaquias registrada em seu livro, onde percebemos que o povo oferecia as sobras ao Senhor, ao invés de oferecer o que tinham de melhor.

Mas apesar da exortação ao longo do livro para todos esses problemas abordados, a mensagem de Malaquias também aponta diretamente para Cristo, no sentido de que por mais que o povo estivesse desanimado, Deus enviaria o Messias para purificar seu povo.

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