Macla, Noa, Hogla, Milca e Tirza: Quebrando paradigmas


A estrada do sucesso da mulher está sempre em construção. É um caminho que avança cada vez mais e não tem um fim a ser alcançado. A crença do que somos e do que podemos ser determina o que precisamente seremos, e as mulheres têm se desenvolvido pessoalmente, ministerialmente e socialmente baseadas na fé em Quem as criou e para Quem as criou. A mulher tem sido privilegiada pelo dinamismo de crer e fazer sua história.

Desse modo, vemos que Deus não tem preconceitos e nem faz discriminação de ninguém. Jesus, por exemplo, valorizou a mulher quando em sua época uma esta não tinha vez e voz. Mesmo assim, todas nós passamos alguma vez pela situação em que alguém nos diz que as coisas não podem mudar, que nós não somos importantes e que devemos nos acalmar e aceitar as coisas como são. 

Por isso, hoje vamos falar de uma história da bíblia que relata as primeiras "conquistadoras" da história. Cinco mulheres especiais, que não se conformaram com a condição de exclusão sobre suas vidas e que foram precursoras em sua época. Estas procuraram reivindicar os seus direitos.

Para defender seus direitos, Macla, Noa, Hogla, Milca e Tirza tiveram que questionar o sistema da sociedade patriarcal em que viviam.


O pai delas, Zelofeade, havia morrido no deserto. Ele não completou a missão de chegar à Terra Prometida e, portanto, as terras prometidas a esta família agora estavam comprometidas, visto que a herança dos pais só poderia ser passada para filhos do sexo masculino. Diante do impasse e risco de perder a herança do pai e a perpetuação de seu nome, Macla, Noa, Hogla, Milca e Tirza se organizaram e foram até Moisés, líder do povo, para reivindicar os seus direitos. Elas não se conformaram com uma lei injusta, afinal, serviam a um Deus que é justo. Elas solicitaram, com respeito e sabedoria, por direitos igualitários que beneficiasse a todos e todas. 

O que também é louvável no episódio das filhas de Zelofeade é o comportamento de Moisés e dos sacerdotes daquela congregação. Havia a possibilidade de eles expulsarem-nas, renegarem-nas por infração a lei. Mas não, eles ouviram o problema atentamente e oraram. Moisés, então, levou a causa delas a Deus e intercedeu por elas. A resposta do Senhor foi positiva as filhas de Zelofeade: A partir daquele momento todo aquele que não possuísse filho homem, sua herança passaria para a filha.

Essas mulheres romperam com a frase: "As coisas sempre foram assim mesmo, deixa pra lá!". Elas tiveram que ter coragem e iniciativa. Além do mais, o trabalho em equipe foi fundamental, já que, infelizmente, é muito comum em situação de herança a própria família brigar entre si. No entanto, diferente disto, elas se uniram, procuraram a pessoa certa, no lugar certo, na hora certa e principalmente falaram o que era necessário. Genial! O equilíbrio foi importante. Percebemos que não houve tumulto nem descontrole emocional. Elas não brigaram, pelo contrário, souberam pedir com educação e respeito. 

Macla, Noa, Hogla, Milca e Tirza tinham uma causa “impossível” e foi buscando a justiça de Deus que conseguiram alcançar aquilo que só poderia ser alcançado mediante a fé. Estas mulheres se tornaram referenciais familiares para dias de crise. Elas não foram abatidas pela difícil situação, pelo contrário: se uniram a fim de se fortalecerem. 

A graça e o amor de Deus atua sobre as desigualdades sociais, quebra paradigmas e supera a previsibilidade humana.

Só devemos tomar um certo cuidado: Essa história não tem objetivos feministas (de aludir à causa de igualdades de direitos mediante gêneros). Também não tem por objetivo combater o sistema patriarcal do Oriente na antiguidade. Deus está muito além disso. O que se pretende enfatizar aqui é a providência Divina atuando frente as desigualdades sociais que existem desde sempre em qualquer tempo e lugar. 

As filhas de Zelofeate são representantes de uma transformação social ímpar, consequência de uma cooperação familiar necessária. São um exemplo de fé porque ousaram se apresentar diante de um tribunal constituído por Deus a fim de serem auxiliadas.

Ou seja, sucesso não é um acidente. Há padrões consistentes e lógicos de ação e caminhos específicos para a superioridade que estão ao alcance de todos. Temos, sim, que aprender como mudar e usar a nossa mente em direção a essa conquista.

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