Berenice: Dor que não recebe o abrigo da palavra corre o risco de virar amargura


A amargura é um veneno que pode se desenvolver e crescer dentro de uma pessoa - até quase despercebida por ela mesma. Com toda certeza temos muitas mulheres hoje que sofrem pela falta de amor, perdas e abandonos. Quantas mulheres na vida são usadas por sua posição social ou por sua inteligência, mas em outras áreas são totalmente desprezadas? Quantas mulheres sofrem o desprezo que tanto as fazem se sintirem sozinhas? A fúria de uma mulher rejeitada pode tomar as formas mais diversas, principalmente raiva, vingança, obsessão, etc. No entanto, devemos cuidar para que esses sentimentos não consumam nosso coração. 


Ao contrário, Berenice optou por alimentar os seus sentimentos ruins e, consequentemente, pagou um preço alto. Ela foi uma mulher assim: vazia. Vazia de valores. Oca por dentro, embora vistosa por fora. Ela se dispôs a ser "um pedaço de carne exposto na vitrine", e como tudo que fica exposto, este está sujeito às moscas, além de ser comprado, comido e descartado. 

Desde a Renascença, Berenice ficou famosa por sua vida amorosa tumultuada. A reputação começou a partir dos antigos autores romanos que ecoa a desconfiança contemporânea feitas para as princesas orientais. Sua vida foi envolvida por vários escândalos amorosos. Ela era a filha mais velha de Herodes Agripa I e irmã de Herodes Agripa II. Mulher sem princípios de moralidade, esta possuía vida depravada, pois casou-se com seu tio, governador de Cálcis, depois foi acusada de incesto com seu próprio irmão, sendo, sucessivamente, amante dos imperadores Vespasiano e Tito, tornando-se parte da grande influência política da época. Após uma série de casamentos fracassados, alguns até a apelidaram de "Pequena Cleópatra". 

Mas o que poucos sabem é que Berenice veio a ter essa vida depois de ter se afastado do evangelho. Antes, mesmo ela já sendo uma mulher de opinião forte, foi defensora indômita dos judeus (ou seja, indomada, que não se deixava vencer ou subjugar). Algumas fontes relatam que ela chegou a arriscar a própria vida para interceder em favor dos judeus. Sua fé era tão forte, que, em certa ocasião, rapou a cabeça e andou descalça para cumprir um voto feito a Deus. Seu estilo de vida, entretanto, fez com que se desviassem. Berenice abandonou a sua fé judaica e logo se pôs a relacionar-se com muitos homens.

Toda sua fé não suportou o seu estilo de vida, suas decisões carnais, seus desejos desenfreados que provavelmente a faziam se sentir dona do próprio nariz - talvez por ter se casado com homens de poder e usufruir de muitas regalias. Berenice representa todas as mulheres da história que ouviram o evangelho, mas preferiram rejeitar Cristo. Ela adotou uma vida pecaminosa, que veio a deteriorar o seu caráter - um caráter que poderia ter sido transformado por Jesus. Contudo, ela negou a aceitação e guardou para ela a frustração, vivendo isso como uma experiência silenciosa. Mesmo diante da pregação do Apóstolo Paulo, seu coração estava tão endurecido que ela não permitiu ser transformada, rejeitando a mensagem.

Quando o coração é ferido, mutilado em mil pedaços, a tendência humana, é juntar a sobra, escondê-lo e torná-lo inacessível. Cria-se uma blindagem emocional tornando o coração refratário ao amor.

As mulheres escondem relativamente bem a doença que elas adquirem nas frustrações amorosas e fingem que são “resolvidas”, quando o ego delas é cheio de complexos. Essa “doença” do ego é um vínculo que as liga aos homens que as usaram. Berenice, por sua vez, deve ter passado por essas situações e quem sabe os desejos abusivos desses homens tornaram-na assim: obstinada, dura e inflexível. O sofrimento e as decepções muitas vezes deixa uma pessoa desse jeito.

Pesquisas indicam que mulheres que foram usadas muitas vezes tornam-se frias, distantes e perdem a sensibilidade amorosa. Elas tornam-se intolerantes, estressadas e reagem com agressividade diante de toda manifestação de carinho, ficando céticas e encarando toda manifestação de amor como falsidade. Quem sabe não foi assim que ela se sentiu com relação a Jesus? Berenice não conseguiu liberar a raiva que sentia por isso tornou-se incapaz de ouvir a mensagem do evangelho.

Por isso, aprendemos com essa história que precisamos fazer uma autoavaliação a respeito das motivações e das carências na área sentimental da nossa vida, para assim evitar cair em armadilhas emocionais. A necessidade tende a anular o nosso senso de escolha. Não vamos deixar que os desejos e ambições dessa vida curta nos impeça de termos a transformação para a vida eterna. 

Uma mulher só se valoriza quando conhece o quanto é preciosa para Deus, antes disso, ela se contenta com o pouco, como muitas que se contentam com migalhas amorosas por medo de ficarem sozinhas, ou para mostrar aos outros, ou até mesmo porque não quer assumir compromisso sério. Tenha em mente que você não é um produto, mas seus valor é muito alto. 

Jóias preciosas não ficam disponíveis para qualquer um vir e experimentá-las, elas ficam guardadas em locais próprios e seguros. Jóias não são para qualquer um, mas só para quem pode arcar com elas. Comporte-se como alguém de valor, ame-se primeiro antes de amar alguém e, claro, esteja disposta a receber o amor de Jesus. Assim, com certeza seu coração não terá espaço para sentimentos ruins.

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