Penina: A inveja tem sono leve


Acreditamos que nós é quem merecemos as vantagens, aplausos, valorização, reconhecimento, a promoção que alguém está recebendo ou até mais popularidade? Comparamos nossas vidas e circunstâncias com alguém de maneira desfavorável, com o desejo de ter o que eles têm? Temos medo de perder algo que valorizamos para outra pessoa? Se precisamos escolher algo, temos urgência em ser logo as primeiras a pegar a melhor parte, sentar nos melhores lugares, ser reconhecidas e honradas? Somos inseguras com relação a nossa capacidade, a nossa aceitação e oportunidade que os outros têm perto de nós, quando percebemos competição? Estamos insensíveis e rixosas quanto ao sofrimento do outro?

Temos a tendência de buscarmos desculpas para o que estamos sentindo e temos dificuldades em reconhecer o ciúme e a inveja em nossas vidas. Por exemplo: alguém falhou conosco e por isso sentimos “isso ou aquilo”, levando a uma reação. Essa reação pode ser desencadeada por uma série de fatores.


Penina é um exemplo de como uma pessoa pode usar a língua para descarregar a sua inveja e seu ciúme. Ela foi como, infelizmente, muitas mulheres são: rancorosa, ciumenta, agressiva, que não pensa no outro e está sempre pronta a atacar.

Certamente a notícia que seria a segunda esposa de alguém a decepcionou, mas ao saber que a primeira esposa era estéril, Penina deve ter pensado em seu coração que logo ela seria a primeira no coração de seu futuro marido e a primeira seria apenas uma sobra dentro de casa. No entanto, Elcana não era esse tipo de homem. Provavelmente ele casou-se novamente apenas por pressão de seu meio social da época. Ele amava demais sua primeira esposa, Ana, para deixar que qualquer pessoa tomasse seu lugar. E Penina se decepcionou.

A pessoa invejosa, a partir de comparações, busca destruir o outro que está "maior" ou se saindo "melhor" que ela. Sua comparação com aquele que é "menor" ou "menos" a coloca no topo, todavia, havendo alguém com mais, essa o coloca para baixo. A ciumenta, por sua vez, estará sempre coberta de razão, isto é, ela possui argumentos pinçados da moralidade e outros muito bem inventados que acreditam justificar sua insanidade, utilizando os mesmos argumentos "cheios de razão" em seu ataque ao outro e em sua tentativa de controlar o comportamento e até o pensamento alheio.

Por muitas vezes, Penina provocava Ana por saber que ela não poderia dar herdeiros. Ela não pensava em como Ana se sentia. Em vez de Penina ajudar, tornar-se sua amiga e oferecer seu ombro, ela zombava e agredia verbalmente aquela a quem mais estava precisando de ajuda.

Penina tinha consentido que a azedume se enraizasse em seu coração. A vida dela foi envenenada pela amargura. A inveja e o ciúme brotavam da rivalidade, do egoísmo e falta de humildade.

Apesar de Penina ter tido filhos e filhas, nenhum deles teve qualquer papel relevante na história das Escrituras. Por outro lado, a mulher de quem Penina zombava, deu à luz a um filho extraordinário que foi usado por Deus para orientar Israel num dos períodos mais críticos de sua história.

Ser invejosa não é algo simples, pois isso é consequência de uma série de outros problemas. A oração é o antídoto contra essa enfermidade da alma. Por isso, é algo que precisa ser tratado com seriedade e dedicação. O apóstolo Paulo diz que “se não quisermos ser invejosos, precisamos ser pessoas satisfeitas em Deus”. Isso não significa que não podemos lutar para melhorar. Significa que devemos prosseguir na vida sem murmuração contra Deus e inveja contra o próximo, em relação aquilo que ainda não temos - no caso de Penina, o amor e atenção do marido, e quem sabe até as virtudes de Ana.

Para todas as espécies de males espiritu­ais, Deus preparou os meios suficientes para a cura e libertação. O coração do pecador, cheio de inveja e demais males por ela gerados pode ser purificado e tornar-se lugar es­pecial de guardar a Palavra de Deus. Tenha como prioridade em sua vida o altar de oração, sua família e seu poço que é fonte de seus sentimentos para estar bem na presença de Deus e de quem você ama. Vivendo assim, você não terá tempo para ficar gastando energia de maneira amarga com a vida dos outros. Onde há lugar para o amor de Deus, este o conduz à prática das boas obras.

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