Eliseba: Por trás de um grande homem, há sempre uma grande mulher


A Bíblia nos mostra que tanto o homem como a mulher foram criados por Deus iguais e, ao mesmo tempo, diferentes. Ambos são iguais em sua condição, em sua dignidade e em vocação (foram feitos à imagem e semelhança do Criador, recebendo o mandato de dominar a terra). Mas sua diferenciação se expressa na sexualidade (criados como “macho e fêmea”), além de sua complementaridade (um tem o que falta ao outro, vice-versa). O sexismo (preconceito ou discriminação baseada no sexo de uma pessoa), bem como qualquer outro “ismo” que possa afetar o relacionamento entre homens e mulheres, não podem encontrar espaço na comunidade remida por Cristo, por mais arraigados que estejam em nossa cultura.

Hodiernamente é difícil compreender os papeis de cada um à luz das escrituras, mas vejamos tal analogia: Uma máquina de lavar roupas é uma invenção bem útil, só que faz um péssimo serviço lavando pratos ou cozinhando o almoço. Isto porque a máquina de lavar nunca foi projetada para lavar pratos ou para preparar uma refeição. Foi projetada para lavar roupas, e nesse papel ela é de muito auxílio. Assim Deus criou a humanidade e funcionamos melhor quando cumprimos os propósitos para os quais Ele nos criou. Como uma máquina de lavar não cozinha bem, assim não podemos nos sair bem quando tentamos cumprir um papel para o qual Deus não nos projetou. Assim como uma lavadora é muito útil para o seu propósito especial, assim homens e mulheres podem servir/glorificar a Deus em seus campos. Deus deu um posto para cada um - nem superior nem inferior - mas diferente.

Eliseba recebeu a responsabilidade de ser esposa de Arão, um homem escolhido por Deus para a administração do sacerdócio. O seu marido alcançou o posto mais elevado dentro da hierarquia sacerdotal. Sem dúvidas, Eliseba adotou um estilo de vida que exigiu consagração, dedicação e esforço para servir e cuidar de tudo relacionado ao funcionamento e manutenção do Santuário. Como esposa de alguém importante, provavelmente a maioria dos israelitas estava “de olho” nela (similarmente a uma esposa de pastor). No entanto, não há nenhum indício que mostre ela desapontando alguém. Eliseba deve ter sido uma mulher extraordinária, uma vez que para se casar com esse tipo de homem é necessário uma exigência dupla, um compartimento que demonstrava os mais altos padrões de integridade espiritual.

Quando Deus chama um sacerdote para trabalhar na obra, Deus não apenas o chama, mas sim toda a família. A esposa recebe o mesmo chamado do marido, mas com funções distintas. Ser esposa de um eclesiástico sempre foi um grande desafio, em especial pelas expectativas geradas, mas, ao mesmo tempo, é motivo de honra poder caminhar, chorar, sorrir, dormir e acordar ao lado de alguém que foi separado por Deus para ser Seu ministro aqui na terra.

O papel feminino segundo a Bíblia é auxiliar. Na fórmula original, a mulher foi criada como um presente para ser uma ajudadora idônea. Entretanto, muitas mulheres sofrem atualmente, porque lutam contra sua própria essência e o seu propósito. Isso explica a origem de muitos problemas atuais da sociedade.

Lamentavelmente é notório que, aos olhos de alguns, isso soa com um certo tom depreciativo, quase como se a mulher fosse uma mera espécie de “serviçal”. O conceito bíblico de “auxiliadora” (ē·zěr) em seu contexto se refere a uma “companhia indispensável”. Assim como o Senhor Deus é revelado nas Escrituras como Aquele que ajuda (ē·zěr) quem nEle espera (cf. Sl 33.20), a mulher reflete os atributos divinos no auxílio. Ao definir a mulher como ajudadora, Deus não a estava rebaixando; pelo contrário, Ele estava justamente exaltando-a a um cargo que Ele mesmo tem para conosco através do Espírito Santo.

Ao reconhecer que o homem precisava de uma ajudadora, Deus expressou não apenas a incapacidade do homem de fazer tudo sozinho como também revelou que não havia ninguém mais qualificado para exercer este papel do que a mulher. Em outras palavras, Deus estava declarando que a mulher tem algo a oferecer para o andamento do lar que o homem não tem!

Para Eliseba ter sido escolhida, com certeza ela era de total confiança. A palavra confiança significa “crença de que algo não falhará, de que é bem-feito ou forte o suficiente para cumprir sua função”. Mas, de todos os significados, o que se destaca e se aplica bem por aqui é: “forte o suficiente para cumprir sua função”. Nós mulheres somos fortes por natureza, suportamos muitas coisas. Todavia, a mulher que inspira primeiramente é confiante em si, pois reconhece seu valor e assim o consegue transmitir com segurança para todos à sua volta.

Não fomos criadas como meros acessórios para os homens, mas sim como partes indispensáveis de suas vidas. 

Quando não cumprimos bem a nossa função de influenciadora, colaboramos para que os homens também falhem ao cumprir seu chamado à liderança e, em consequência disso, surgem conflitos relacionais graves que geram descontentamento e infelicidade para ambos. Precisamos compreender que ser auxiliadora não significa ser fraca ou inferior.

Busquemos nos auto avaliar e perceber em que é possível mudar e melhorar. Saiba e acredite que esforços são necessários e nem sempre fáceis, mas levarão a algo novo e de grande valor. E lembrando sempre: Não podemos mudar o outro; as mudanças que podemos fazer é primeiramente em nós mesmas, e aí sim elas refletirão mudanças em alguém. 

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