Cloe: Toma para ti o conselho que dá aos outros


Como já vimos por aqui, ao que se parece, o apóstolo Paulo tinha muitas amigas entre as mulheres e as estimava como co-herdeiras do evangelho. Ao contrário de sua posição na sociedade secular, as mulheres eram valorizadas e tinham uma participação influente na edificação da igreja cristã.

Hoje vamos falar a respeito de Cloe... mas, antes precisamos conhecer Corinto, capital onde ela residia. Essa cidade era portuária e por isso se tornou um importante centro comercial e político. Não só o comércio transitava por ali, mas, consequentemente, pessoas diversas e com elas culturas, costumes, correntes de pensamento e religiosidades diferentes. Essas condições as quais esse lugar estava submetido lhe traziam também uma característica marcante: de ser conhecida pela corrupção moral. Corinto era chamada de "a cidade do prazer", pois era dominada pela imoralidade. Dizer que alguém era "corintizado" era o mesmo que chamá-lo de devasso.


Foi aí que Paulo visitou Corinto pela primeira vez, durante sua segunda viagem missionária. Ele permaneceu ali durante um ano e meio e, como resultado de seu trabalho, muitos se converteram ao Senhor e ali uma nova igreja começou. Depois que ele partiu, Paulo continuou a pensar nos irmãos que tinha ensinado e a orar por eles. E é aí que Cloe entra, pois ela e sua família (por serem convertidos e ao mesmo tempo habitantes daquele lugar), ficaram responsáveis por "vigiar" aquela igreja. 

Por certo Cloe e sua família tiveram muito zelo e tomaram a iniciativa de comunicar a Paulo quando pressentiram que toda a politicagem daquele lugar estava corrompendo a igreja e, consequentemente, não estava agradando a Deus. Tudo aquilo era um fermento nefasto no meio do templo do Senhor. A família de Cloe disse a Paulo que a igreja estava desenvolvendo um espírito partidário, declarando fidelidade a vários pregadores famosos. Eles estavam tentando arrancar os membros de Cristo dividindo seu corpo.

Mas, já imaginou se isso acontece nos dias de hoje? Provavelmente Cloe e sua família seriam chamados de "fofoqueiros" ou coisa do tipo. Porém, ao contrário do que muitos fariam, Paulo entendeu que eles zelavam pela saúde espiritual da igreja e, exatamente por isso, fez questão em declarar que havia sido comunicado por eles mesmos, destacando tal ato.

O conselho raramente é bem recebido e quem mais necessita é quem menos o aprecia. Deixar um irmão pecar sem alertá-lo sobre seu pecado não é compaixão: é cumplicidade com o erro. É necessário que alguém tome a iniciativa, de maneira certa, para alertar que há veneno na panela.

Cloe nos inspira a ter o consentimento de que todos os cristãos devem querer fazer um pecador voltar do caminho errado e assim salvar a sua alma da morte.

Demonstrará sabedoria e humildade o cristão que toma a iniciativa de se chegar aos líderes. Quem encobre as suas transgressões não será bem sucedido, mas, terá misericórdia aquele que confessa e abandona. Qualquer cristão que souber do pecado tem que incentivar o transgressor a se desviar de seu erro, ou, buscar a ajuda espiritual de que precisa, providenciando a ajuda necessária por meio dos outros irmãos. 

Devemos ficar atentos: corrigir/exortar não é apedrejar. Corrigir é um ato de amor, reflexo do desejo de que o irmão não perca a sua vida e nem desvie outros com seus erros. Apedrejar, por sua vez, é um ato de arrogância de quem deseja a meramente a condenação do outro. E a correção nem sempre deverá ocorrer de uma forma gentil. Existe uma linha tênue aí onde nós devemos ter bastante cuidado.

A alegria é que quando somos zelosos na obra de Deus. A unção vem livremente, a cura e libertação acontece em nosso meio. Cloe e sua família foram os atalaias levantados na casa do Senhor para zelar pela pureza da Palavra ensinada. Essa mulher deve ter ficado aliviada e bem contente quando relatou os fatos para Paulo e ele acreditou e tomou uma atitude. Seja você também essa pessoa que leva a verdade. 

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