Hulda: Nunca digas que desta água não bebereis

A mulher é um dom de Deus para a humanidade. Quanto mais assumirmos essa verdade, mais eficazes seremos em nossa missão. São muitas as tarefas que enfrentamos durante o dia, e então como realizar tudo isso sendo presença de Deus nesses meios? É essencial ter uma vida de oração para ouvir os direcionamentos do Senhor e responder essa pergunta. A intimidade com Ele concederá à mulher as virtudes necessárias para ser uma extensão do seu amor em tudo que ela for realizar, e isso a gente vê na história de Hulda.

Hulda foi uma profetisa que apesar de não ser tão conhecida entre os cristãos como Débora ou Miriã, por exemplo, teve uma importante participação em determinada ocasião durante um reinado. Hulda era esposa de um homem muito influente na sociedade, chamado Salum, e como toda a mulher casada deve fazer, provavelmente ela também cuidava diariamente do marido e da casa, embora o casamento não a impedisse de executar sua missão. Essa mulher conseguiu harmonizar uma responsabilidade com a outra. Ela foi uma serva de Deus que demonstrou um caráter firme, decidido e discreto, num tempo em que os reis e os profetas haviam se desviado totalmente dos caminhos do Senhor.

Há profetas para todos os momentos. Há quem te dê uma palavra na hora da dor, da alegria, da aflição, da vitória. Cada momento é diferente para Deus, assim como é para nós. Hulda foi escolhida entre os homens e usada para transmitir a Palavra de Deus e desmistificar a teoria de que só os homens poderiam profetizar, de que somente quando não havia homens é que as mulheres entravam em ação. 

Vale ressaltar que ela foi contemporânea de grandes profetas como Jeremias e Sofonias, ou seja, as chances dela ser notada eram muito pequenas. Jeremias e Sofonias podiam perfeitamente terem sido chamados para essa missão, mas o Senhor escolheu uma mulher para falar o que Ele queria que soubessem. 

Hulda tinha uma autoridade tão grande no Senhor, que foi escolhida pelo sacerdote para buscar a Deus pelo rei. Ela sabia da responsabilidade que tinha para com o serviço do Rei dos Reis. Mesmo num tempo em que tudo parecia escuro, contrário, Deus ainda falava... E por meio de uma mulher, Ele ressuscitou a vida espiritual de toda uma nação. 

Hulda dava as suas audiências perto dos edifícios do templo. Aí, no seu posto na parte nova de Jerusalém, ela era uma espécie de conselheira. A despeito da apostasia de Israel, ainda havia algumas pessoas interessadas em conhecer a vontade de Deus, e por isso buscavam pessoas como ela. Essa mulher desempenhava abertamente os seus deveres, sem qualquer impedimento. Não precisava se esconder, apesar do preconceito de ser mulher.

Ao contrário de outros profetas e profetisas, ela não revelou quaisquer segredos sobre um futuro distante. Ocupou-se na tarefa de revelar a vontade de Deus através de um meio que Ele tinha usado durante séculos. Aplicou a Sua Palavra à situação presente da nação israelita e ao seu povo individualmente. Ajudou-os a descobrir verdades perdidas. Quando o seu povo deu de novo atenção à Palavra de Deus - ouvindo-a, lendo-a, estudando-a, meditando nela - coisas maravilhosas começaram a acontecer. Quando os seres humanos estão prontos a fazer o que Deus espera deles, verificam-se maravilhas que ninguém imaginaria possíveis.

A consideração pela integridade de Hulda e por sua autoridade como mulher de Deus fez com que sua confirmação do recém-descoberto Livro da Lei fosse a palavra necessária para uma ação imediata da parte do rei. Hulda era tão conhecida como mulher de Deus e tão plenamente digna de confiança em sua compreensão da Lei do Senhor, que, por sua influência, durante algum tempo, houve um reavivamento da consciência e das práticas religiosas de sua nação na fidelidade a Deus.