Fluxo


Silêncios ecoados, rasgando, no peito, o amargo. “Ir, sobretudo, em frente...” É o que dizem. Mesmo quando o medo estremece. Minha garganta seca faz um nó. Por isso, num gemido, digo: Cala, Jesus, as vozes que ecoam ao meu redor. Não é o que falam, mas é o que Tu fala, ao meu interior. Deixa-me afundar nas Tuas muitas águas que jorram vida, num intenso fluxo de amor. Leva-me e lava-me, sem precedentes, agora, Senhor. Vivifica o que já morreu, pois eu sei que Você é o grande ‘Eu Sou’. Aquele que detém todo nome sobre nome, neste mundo, e no universo. Toda plenitude está em Ti, e, quisera eu desfrutar desse sentir – para sempre. Embora que, a cada batida do meu coração, o Espírito me relembre: Estou aqui. Assim, respiro fundo ao saber que já não sou eu quem vive, mas Você vive em mim. Com a esperança inusitada de dias melhores, fragmentando-me e juntando-me, aos poucos, para ir... Ao posto de alinhamento dos que, de homens, são pescadores. Vou repetir: Eu só quero ser um achado Seu, desses tesouros escondidos que trazem a luz um brilho resplandecente. O que seja, mas vem, me encontra de novo e faz de mim um ser diferente.

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