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Essa é uma ótima pergunta e um ponto teológico interessante! A questão do "arrependimento de Deus" em 1 Samuel 15:29 e 15:35 se refere a algo que, à primeira vista, parece contraditório. No versículo 29, Samuel diz que Deus não se arrepende ("pois Ele não é homem, para que se arrependa"), mas no versículo 35, lemos que Deus "se arrependeu de ter posto Saul como rei sobre Israel".

Primeiro precisamos entender que em 1 Samuel 15:29, o termo hebraico é נִחַם (niḥam) é uma forma diferente do verbo נָחַם (nacham) usado em 1 Samuel 15:35. Ambos vêm da mesma raiz, mas têm nuances diferentes no contexto.

O verbo niḥam (נִחַם) é uma forma de nacham e é traduzido como "arrepender-se", mas é usado para enfatizar que Deus não se arrepende no sentido humano. A ideia que Samuel está transmitindo é que Deus não age como o ser humano, que pode mudar de ideia ou mudar de direção devido a falhas ou enganos. Deus é imutável em Sua natureza e, portanto, não "se arrepende" no sentido de mudar de plano ou de opinião por causa de erro ou falha.

Em 1 Samuel 15:35 nacham (נָחַם) implica que Deus "lamenta" ou "se entristece" devido à desobediência de Saul. Ele "lamenta" Sua escolha de Saul, mas isso é uma expressão figurativa para descrever a resposta de Deus à falha de Saul, sem sugerir que Deus tenha cometido erro ou mudado de opinião sobre Seus planos eternos. O nacham indica uma resposta emocional de Deus ao fracasso humano, não uma mudança de caráter ou de propósito divino.

Deus não "se arrependeu" no sentido humano de mudar de opinião, mas "lamentou" a situação, já que Sua escolha de Saul não resultou no cumprimento do plano de Deus. Quando a Bíblia diz que Deus "se arrependeu" (usando nacham), significa que Ele alterou a maneira como interagia com o rei Saul. Em resposta à desobediência de Saul, Deus decidiu rejeitá-lo como rei, demonstrando uma mudança na ação divina, mas não na Sua vontade ou caráter imutável.

A tradução para o português, ao utilizar "arrependimento", tenta abranger essas diversas nuances, mas ao traduzir niḥam e nacham como "arrependimento", muitas vezes não transmite totalmente a ideia de um lamento ou ajuste nas ações de Deus, sem indicar uma mudança de caráter ou plano divino.

A questão do "arrependimento de Deus" tem sido discutida por muitos teólogos e escritores ao longo da história da teologia cristã. Abaixo estão algumas citações de teólogos e estudiosos que abordam essa questão, com diferentes enfoques:

A.W. Tozer: - "Deus nunca muda, nem pode mudar, mas Ele usa a linguagem humana para se comunicar conosco de maneira que possamos entender. Quando Ele ‘se arrepende’, está expressando Seu pesar pelo mal que ocorre em Seu mundo, não uma mudança de intenção ou de propósito."

C.S. Lewis: - "Embora Deus seja imutável, Ele é também pessoal, e como tal reage ao comportamento humano. Sua resposta ao pecado e à desobediência não é uma mudança de planos, mas um reflexo da Sua justiça e do Seu amor. Quando a Bíblia diz que Deus ‘se arrepende’, ela não está sugerindo que Ele tenha feito algo errado, mas que Ele age em resposta às escolhas humanas."

Augustus H. Strong: - "Deus nunca se arrepende no sentido humano de mudar Sua mente, pois Ele é perfeitamente sábio e imutável. Quando se diz que Deus ‘se arrepende’, isso indica uma mudança na maneira como Ele lida com o homem, mas não uma mudança em Seus próprios planos ou propósitos eternos."
 
Assim, quando a Bíblia diz que Deus "se arrepende", ela fala de uma mudança em Sua relação ou resposta a eventos históricos, refletindo tristeza ou lamentação, e não uma mudança de caráter ou propósito. O "arrependimento" de Deus não nega Sua imutabilidade, mas revela Seu envolvimento emocional e pessoal com a humanidade e Sua justiça diante do pecado.

A Bíblia usa uma linguagem antropomórfica para descrever como Deus interage com a humanidade, sem que isso implique falhas ou mudança em Seus planos eternos. Logo, o arrependimento de Deus é uma forma de mostrar Sua resposta ao pecado humano, mas sempre dentro do Seu propósito soberano e imutável.

Quantas vezes nos sentimos reféns de situações que não escolhemos? Em nosso trabalho, em nossa família, ou em nossa própria saúde, somos afetados por coisas que não controlamos...? Merabe nos mostra que nem sempre temos a chance de determinar o curso da nossa vida, mas temos a escolha de como reagir e a quem confiar essas circunstâncias.

A história de Merabe é marcada pelas consequências das decisões de Saul. Ela aparece como alguém cuja vida e família foram profundamente impactadas pelas ações e pela rivalidade política de seu pai. Seu destino e o de seus filhos foram moldados por questões de vingança e justiça. Ela representa as mulheres da corte que viviam em um sistema onde seus casamentos e destinos eram decididos pelos interesses de seus pais e reis.

Merabe não escolheu ser filha de um rei; não escolheu crescer em um ambiente político, onde cada decisão era uma estratégia de guerra ou de poder. Sua vida e seu futuro foram desenhados pelas alianças e ambições de seu pai. Ela foi prometida a Davi e, depois, dada a outro homem, Adriel.

De acordo com alguns estudiosos bíblicos, o nome pode ser traduzido como “a escolhida” ou “aquela que é aumentada”. A maneira como os nomes eram escolhidos na antiguidade muitas vezes refletia as expectativas e esperanças depositadas nas crianças.

Inicialmente, Merabe foi prometida a Davi como esposa por Saul, como recompensa pela vitória de Davi sobre Golias. Saul queria usar essa promessa para atrair Davi, um guerreiro em ascensão e popular, para mais perto da corte. No entanto, Saul também viu nisso uma oportunidade de colocar Davi em situações perigosas para que ele fosse morto em combate, sem que Saul precisasse matá-lo diretamente (1 Samuel 18:17).

Embora prometida a Davi, Merabe acabou sendo dada em casamento a Adriel, o meolatita, em uma mudança inesperada de planos. A Bíblia não explica em detalhes o motivo dessa alteração, mas muitos estudiosos acreditam que foi uma decisão estratégica de Saul, possivelmente para provocar Davi ou enfraquecer sua posição na corte.

O casamento de Merabe com Adriel gerou cinco filhos, os quais aparecem mais tarde em um evento trágico: durante o reinado de Davi, esses filhos de Merabe foram entregues aos gibeonitas para aplacar uma dívida de sangue deixada por Saul, que havia violado um acordo com eles (2 Samuel 21:8-9). Essa entrega foi feita para encerrar uma praga que assolava Israel.

O impacto das escolhas de Saul sobre a vida de Merabe foi grande. Sua família sofreu com a vingança de decisões passadas. Esse exemplo mostra como as escolhas podem ser como pedras jogadas na água: elas criam ondas que se espalham, impactando as vidas daqueles ao redor. Mesmo quando não percebemos imediatamente, os efeitos das decisões de hoje podem continuar ecoando e afetando quem vem depois de nós, muitas vezes de forma irreversível.

A história dessa mulher nos ensina que nem sempre as circunstâncias são resultado das nossas escolhas. Às vezes, passamos por lutas que vêm das ações de outras pessoas. Contudo, mesmo assim, podemos confiar em Deus, que é justo e soberano, e que caminha conosco em meio às dificuldades.

Essa personagem, ainda mencionada de forma discreta nas Escrituras, nos leva a uma reflexão profunda sobre o poder e a responsabilidade das escolhas. Ela nos lembra que decisões impulsivas, especialmente em posições de liderança ou influência, podem ter um custo alto para as pessoas que amamos.

Assim como o pai de Merabe, muitas vezes podemos agir sem considerar as consequências a longo prazo, e nossas ações podem impactar não só a nossa vida, mas também a vida das próximas gerações. Esse exemplo serve de alerta para que sejamos mais conscientes e responsáveis, pensando em como cada atitude que tomamos hoje pode afetar o futuro daqueles que estão próximos de nós.

A história de Merabe é um convite para que plantemos boas sementes, buscando decisões justas e sábias, e assim deixemos um legado de paz, não de dores e dívidas.



Em 1 Samuel 9:9, encontramos uma nota explicativa que diz: "Antigamente em Israel, indo alguém consultar a Deus, dizia: Vinde, e vamos ao vidente; porque o profeta de hoje se chamava, então, vidente."  Esse versículo nos leva ao contexto da antiga Israel, onde os “videntes” — uma palavra para os profetas da época — eram homens escolhidos por Deus para receber visões e revelações que orientavam o povo. Com o tempo, o termo "vidente" foi substituído por "profeta", refletindo uma mudança na ênfase do ministério profético, que passou a focar mais na proclamação ativa da mensagem divina.

Na Bíblia, o termo "vidente" (hebraico: ro’eh) refere-se a uma função espiritual profundamente distinta dos "videntes" ou "médiuns" de hoje. Enquanto os videntes bíblicos eram profetas escolhidos por Deus, cuja visão vinha diretamente de revelações divinas para o benefício espiritual e moral do povo de Israel, os videntes modernos envolvem práticas de adivinhação e comunicação com forças ou espíritos. Abaixo estão algumas diferenças claras:

1. Fonte da Revelação

- Vidente bíblico: A revelação do vidente em Israel vinha diretamente de Deus. Eles recebiam instruções e visões de Deus, e sua função era comunicar a vontade divina de forma fiel e obediente. Profetas como Samuel buscavam a sabedoria e orientação de Deus para transmitir ao povo o que era justo e verdadeiro.
- Vidente moderno: Geralmente, os videntes de hoje (frequentemente chamados de médiuns, cartomantes, astrólogos) recorrem a práticas como leitura de cartas, astrologia, cristais ou contato com espíritos, o que não é considerado uma fonte de revelação divina nas Escrituras. Essas práticas são vistas, na Bíblia, como uma tentativa de acessar conhecimento ou poder espiritual de uma fonte diferente de Deus.

2. Propósito e Intenção

- Vidente bíblico: O propósito principal era o benefício do povo e a glorificação de Deus. O vidente transmitia correções, orientações ou conselhos espirituais que refletiam a vontade de Deus, muitas vezes chamando o povo ao arrependimento ou à adoração fiel.
- Vidente moderno: O foco frequentemente recai sobre questões pessoais e temporais, como questões de relacionamento, sucesso financeiro ou sorte. Esse tipo de adivinhação é voltado para o ganho pessoal, sem necessariamente buscar alinhamento com a vontade de Deus.

3. Orientação da Bíblia sobre a Prática

- Vidente bíblico: A prática dos videntes era aprovada e estabelecida por Deus. Profetas como Samuel, Isaías e Jeremias eram figuras respeitadas que ajudavam a guiar Israel espiritualmente.
- Vidente moderno: A Bíblia condena a adivinhação, necromancia, astrologia e práticas semelhantes, pois considera essas atividades como um desvio da confiança em Deus e uma busca por poder fora da soberania divina. Passagens como Deuteronômio 18:10-12 proíbem Israel de se envolver com práticas de adivinhação e invocação de espíritos, afirmando que Deus considera tais práticas uma abominação.

4. Posição Espiritual e Ética

- Vidente bíblico: Os profetas e videntes escolhidos por Deus buscavam uma vida de integridade, eram chamados a um compromisso espiritual rigoroso, e suas palavras eram julgadas segundo a verdade e fidelidade à Palavra de Deus. Eles frequentemente enfrentavam resistência e perseguição por proclamarem mensagens desafiadoras.
- Vidente moderno: A prática de vidência moderna é muitas vezes comercial e centrada no cliente. Além disso, a base espiritual é distinta da ética bíblica, pois não parte de uma submissão a Deus, mas de forças ou práticas espirituais exteriores ao entendimento cristão.

A principal diferença entre o "vidente" bíblico e o "vidente" moderno está na origem da autoridade espiritual e na intenção: enquanto os videntes bíblicos eram escolhidos por Deus para guiar e advertir o povo em fidelidade à Sua vontade, os videntes modernos recorrem a práticas espirituais e revelações que não são reconhecidas como provenientes de Deus na perspectiva cristã. A Bíblia incentiva a busca por orientação diretamente de Deus e, por isso, rejeita práticas de adivinhação que desviem dessa confiança total.

Existem várias passagens na Bíblia que condenam a prática de consultar espíritos e buscar orientação fora da vontade de Deus. Aqui estão mais alguns exemplos:

1 Crônicas 10:13-14: A história de Saul ilustra as consequências de buscar a orientação de um espírito em vez de confiar em Deus. A passagem diz: “Assim morreu Saul por causa da sua transgressão que cometeu contra o Senhor, por não haver guardado a palavra do Senhor e também por ter consultado um espírito familiar.” Este relato destaca a grave desobediência de Saul ao buscar orientação em fontes proibidas, em vez de se voltar para Deus.

Isaías 8:19-20: Neste versículo, o profeta Isaías adverte o povo sobre a consulta a espíritos e necromantes, questionando: “Quando eles vos disserem: Consultai os mortos e os espíritos familiares, não se devem consultar os mortos em favor dos vivos? À lei e ao testemunho! Se não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles.”  Isso enfatiza que a verdadeira direção deve ser encontrada nas Escrituras e na revelação de Deus, e não em práticas ocultas.

Gálatas 5:19-21: Embora não mencione diretamente a consulta a espíritos, este texto lista as obras da carne, incluindo a feitiçaria, como práticas que se opõem ao fruto do Espírito. Isso implica que qualquer forma de buscar poder ou conhecimento fora de Deus é prejudicial e deve ser evitada.

Miquéias 5:12: Deus afirma: “E exterminarei as feiticeiras da tua mão; e não terás mais adivinhadores.” Essa promessa de Deus reflete Seu desejo de purificar Seu povo de práticas que O desonram e que se afastam da Sua verdade.

Essas passagens, juntamente com as anteriores, reforçam a ideia de que buscar orientação espiritual fora do relacionamento com Deus é perigoso e desastroso. A Bíblia nos chama a confiar exclusivamente em Deus e em Sua Palavra para obter direção e sabedoria em nossas vidas.


Zíbia (em hebraico: צִבְיָה; Tsivyah, "gazela") era a esposa do rei Acazias de Judá e mãe do herdeiro do trono, Jeoás de Judá. Ela é mencionada apenas em 2 Reis 12:1 e 2 Crônicas 24:1, ambas referências à ascensão de seu filho. As referências bíblicas não fornecem informações sobre ela além de sua associação com Berseba e Jeoás.

Zíbia era de Berseba, e esposa do rei Acazias (o sexto rei de Judá), portanto, nora de Atalia. Ela vinha da família de Acabe e Jezabel também, pois era neta deles, e como já vimos por aqui, eles foram reprovados por Deus devido a idolatria e perseguição aos profetas e servos do Senhor. A sogra de Zíbia, Atalia, era uma mulher que aconselhava seu filho Acazias para o mal.

O fato dela ser natural de Berseba pode indicar uma estratégia sulista do rei de Judá, tentando consolidar o controle da área. Zíbia provavelmente foi morta, junto com todos os outros membros da família real, quando Atalia, a mãe de Acazias, usurpou o poder. O único sobrevivente do massacre foi seu filho, Joás, que foi escondido por sua tia Jeoseba. Sete anos depois, uma conspiração contra Atalia o proclamou rei.

Zíbia, apesar de ter perdido quase todos os seus filhos, foi consolada naquele que Deus livrou: Joás, que tornou-se rei de Judá.

Zíbia ficou logo viúva, pois seu marido foi morto por Jeú após o primeiro ano de seu reinado, além disso, ela teve a infelicidade de ver todos os demais filhos do rei (com exceção de Joás que foi salvo por sua tia Jeoseba), de outras esposas e concubinas mortos a mandato de Atalia.

O filho de Zíbia, Jóas, ficou escondido por 6 anos nas recâmaras do Templo do Senhor que era um local onde Atalia jamais procuraria porque era idólatra e não entrava no Templo do Senhor. Ele cresceu recebendo a influência do sacerdote Joiada e de sua tia Jeoseba, mulher fiel a Deus e, certamente de sua mãe Zíbia. Em seguida foi levantado rei de Judá com apenas sete anos de idade, sendo temente ao Senhor e fazendo o que era reto por todos os dias em que viveu o sacerdote Joiada. 

Zíbia certamente era a rainha-mãe ao lado do infante rei de Judá. Joás efetuou grandes reformas na Casa do Senhor, só que quando o sacerdote Joiada morreu, Joás lhe pagou o bem com o mal, ordenando o assassinato de seu filho, o profeta Zacarias, vv.20,21, pelo que Deus enviou severos juízos sobre ele, vv. 23-25.

Não se sabe se Zíbia esteve ao lado do filho nos quarenta anos em que ele reinou, mas pelo fato de Deus ter poupado seu filho na hora da matança feita por Atalia, pode-se deduzir que fosse mulher temente Deus e que tivesse boa influência sobre seu filho, diferente do que ela recebeu da descendência de Acabe e Jezabel.


A sabedoria que o feminino guarda em sua alma é uma joia preciosa: a consciência do poder de se manifestar como o vaso sagrado, onde é fecundada e gestada uma nova vida. Esta consciência nos confere, enquanto mulheres, a manifestação de dons, percepções sutis, comunicação assertiva, criatividade e amorosidade. Nós mulheres temos a capacidade de influenciar o ambiente onde estamos, de gerar impacto, de dar à luz.

A mulher que estudaremos hoje não tem seu nome citado, não sabemos se é casada, se tem filhos, nem a sua genealogia. Mas a Bíblia diz que ela era uma mulher sábia a qual sua atitude salvou uma cidade inteira da destruição.

Contexto histórico: Em meio a uma agitação política, Seba, um encrenqueiro da tribo de Benjamim (tribo de Saul), tentou rebelião. Davi, o rei, temia as dimensões que isso poderia causar e por isso ordenou que seu comandante perseguissem esse homem. Quando Joabe e o seu exército chegaram a  Abel-Bete-Maaca e estavam prestes a derrubar os seus muros, uma mulher chamou e, ouvindo-o falar, disse-lhe: “Eu sou uma das pacíficas e das fiéis em Israel; e tu procuras matar uma cidade que é mãe em Israel; por que, pois, devorarias a herança do Senhor?”.

Com sabedoria e perspicácia, ela conseguiu convencer o comandante do exército a não atacar ninguém, apresentando a solução da paz entre os homens de Davi e o povo de seu município que estava prestes a ser derribado. Por causa da sabedoria do alto que ela teve, vidas inocentes de ambos os lados dos muros foram poupadas. Além disso, ela teve muita coragem para agir com rapidez e precisão.

Essa sábia viu o problema de forma realista. Embora o perigo fosse bastante evidente para a cidade, talvez houvesse falsas esperanças de alguma intervenção. Todavia, decidiu tomar a iniciativa quando detectou ameaça, depois disso defendeu a sua casa diante do comandante, apelando para o senso de certo e errado dele, que precisou concordar com ela e fazer um acordo.

Essa história nos deixa a reflexão: numa situação de raiva e medo, quem estamos sendo para enfrentar um conflito? A que pacifica ou coloca mais lenha na fogueira? 

Precisamos estar em paz e mostrar como evitar a guerra e a morte, tanto emocional como física; e também saber exatamente o que queremos para agir de forma objetiva e decisiva. Devemos aprender com esta mulher a usar as palavras certas, para abençoar e salvar, e não prejudicar mais. 

Para tanto, examinar o coração é necessário afim de encontrar a sabedoria de Deus. Junto com Ele aprendemos a lidar com diversas situações para nos capacitar a tomar decisões corretas. Devemos não apenas adquirir conhecimento, mas colocá-lo em prática em nossos corações para ter uma visão do mundo de Deus em nossas vidas diárias.

Quais paredes da sua vida estão ameaçadas? O que você precisa tomar cuidado hoje? Inspire-se nessa história e levante-se para fazer a diferença!

Complexos de inferioridade e superioridade têm sido a causa de todos os tipos de males neste mundo desde o início dos tempos. Vencer isso pode não ser fácil, mas na palavra de Deus encontramos soluções!

Quetura quer dizer “perfume”... e é interessante ressaltar porque a sua existência parece ter sido como o incenso sendo queimado. Uma presença tão discreta que quase não está. Um cheiro fugaz que tem o dom de desaparecer se o perseguimos. 

Segundo estudiosos da Torá, Quetura foi “a pessoa significante mais ignorada”. Quase ninguém a menciona, muita gente nem sabe quem ela foi no contexto bíblico, mas se olharmos para a sua vida veremos uma história incrível e um aprendizado que podemos tirar.

Pouco foi escrito a seu respeito, sendo possível apenas fazer a suposição de que ela teria vivido com o patriarca Abraão nas últimas décadas de sua vida. Ele viveu mais de trinta e cinco anos após a morte de sua primeira esposa e, em idade avançada, criou outra família e acompanhou o crescimento de seus seis filhos com Quetura. Os filhos de Quetura com Abraão se tornaram os antepassados de muitos povos árabes que povoaram o território ao oriente de Israel. Dentre todos esses povos, na narrativa bíblica do Antigo Testamento o povo midianita é o que mais se destaca.

A Bíblia menciona Quetura como concubina, uma espécie de esposa secundária que não teve a mesma posição que Sara mãe de Isaque, a primeira esposa. Sara foi a mulher que Abraão mais amava e sua importância era muito maior do que todas as outras. Quetura jamais teve o mesmo prestígio que a primeira mulher.

Diante dessa situação, imaginemos que não deve ter sido fácil viver à sombra de outra pessoa, ser a segunda num relacionamento. Não deve ter sido fácil ser vista como inferiorizada, menor, cobrada. Não deve ter sido fácil exalar perfume em meio ao desprezo, a zombaria e a “síndrome” de ser só mais uma opção.

Mas apesar disso, enquanto Sara era viva, Quetura jamais ousou tomar o seu lugar. Hagar, a outra concubina de Abraão, foi expulsa da parentela, mas Quetura conviveu muito bem com a sua senhora.

Quetura recebeu uma missão: independentemente do lugar ou posição em que nos encontramos, Deus pode nos fazer participantes de suas promessas. A Bíblia diz que: “de Abraão sairiam reis” e Quetura fez parte disso, gerando alguns desses reis.

O exemplo de Quetura é um desafio não só para mulheres, mas também para homens. Em meio às tristezas, a morte, o desprezo, as comparações injustas, as cobranças da vida para sermos os primeiros lembre-se: Você pode perfumar vidas. Você pode exalar o bom perfume de Cristo. Você pode ser um instrumento de Deus para trazer vida e espantar a morte. Você pode trazer alegria onde a morte reina. Você também pode ser chamada de aquela que perfuma.

Não aceite comparações. Você é peculiar, ninguém é como você. Sara deu um filho a Abraão, Quetura deu vários. Você pode não ter sido visitada por anjos, mas pode ser um anjo na vida de alguém.

Mulheres sempre trabalharam... Mas, embora a tendência da maioria das pessoas seja a de ver o protagonismo das mulheres como uma conquista recente do mundo ocidental, sua atuação notória também pode ser vista em períodos anteriores. Apesar da imagem estereotipada que alguns têm da mulher na cultura dos tempos bíblicos, estudos etnográficos e arqueológicos recentes têm ajudado a desconstruir alguns mitos. A Bíblia tem vários exemplos de mulheres tementes a Deus, que fizeram a diferença no seu tempo. Essas mulheres destacaram-se num mundo dominado por homens e mostraram que Deus usa todos para cumprir os seus propósitos. Hoje, vamos falar um pouco sobre sete irmãs que eram pastoras de ovelhas.

Muito antes de se estabelecerem como fazendeiros, o povo vagava de lugar em lugar, vivendo em tendas e levando seus animais de um pasto para outro. Midiã, região onde essas mulheres moravam, fazia parte da Arábia, na parte ocidental do Mar Vermelho - não muito longe do Monte Sinai - para onde Moisés foi logo no início da sua história com Deus. Esse povo vivia como nômade no deserto e descendia de Abraão por parte de Quetura (Gênesis 25:1-16). Foi aqui nesse local que Moisés conheceu e se casou com uma dessas sete filhas de Jetro (também chamado de Reuel). Jetro e sua família prestavam culto ao verdadeiro Deus, juntamente com os hebreus (Êx 18:11-12). O pai delas era um pastor, príncipe e sacerdote midianita.

Moisés ao chegar em Midiã, foi se assentar junto a um poço quando as filhas de Jetro foram ali tirar água para dar ao rebanho de seu pai. Naquela ocasião, alguns pastores expulsaram aquelas mulheres. Logo, Moisés se levantou e as defendeu, além de dar água ao rebanho delas. Quando estas chegaram em casa, contaram ao seu pai sobre o que certo homem havia feito em favor delas. Então ele mandou que o trouxessem, e foi assim que Moisés consentiu em morar em sua casa. 

Ensinamentos que podemos tirar dessa passagem:

Elas eram trabalhadoras: “As quais vieram tirar água, e encheram os bebedouros, para dar de beber ao rebanho de seu pai.”

A mordomia do serviço à luz da Bíblia é um tipo de ministério. Isso quer dizer que devemos glorificar a Deus através do nosso trabalho. Deus dotou de capacidade a todo o ser humano, dando dons e inteligência para cada um realizar trabalhos específicos. Temos que desempenhar o servir de boa vontade, com sinceridade de coração, como se tivéssemos fazendo para o Senhor, e não somente para pessoas, sabendo que Ele é quem nos recompensará por todo esforço que fizermos.

Elas tiveram de lidar com pessoas difíceis: “Então vieram os pastores, e expulsaram-nas dali...”

Existem fatores externos e posicionamentos pessoais que podem atrapalhar a nossa vida. Lidar com pessoas difíceis é inevitável. Todos conhecemos pessoas que consideramos “difíceis” de uma forma ou de outra, sendo chamados a lidar com elas em algum momento ou outro. Pode ser alguém condescendente, argumentativo, beligerante, egoísta, irreverente, obtuso ou simplesmente rude. Pessoas difíceis parecem saber como nos irritar, nos frustrar, ferir nossos sentimentos e provocar problemas. Uma das habilidades mais importantes para o sucesso no ministério é saber como lidar com esses "problemáticos" que nos trazem empecilhos. Se você aprender como lidar com pessoas assim logo cedo, poderá gastar mais energia na obra do que em conflitos desnecessários. Esse é um ótimo exercício de paciência, amor e graça.

Elas tiveram um redentor: “Moisés, porém, levantou-se e defendeu-as, e deu de beber ao rebanho.”

A salvação implica que estamos em uma situação ruim e precisamos de uma mudança para melhor. Também é uma ação propositada de alguém (o salvador) para trazer essa mudança. Ela é completa quando a situação está mudada e o perigo ou o problema foi completamente eliminado. Nessa história, podemos notar que Moisés cumpriu o papel de resgatador quando livra essas mulheres. Isso nos prefigura o que Jesus faz, oferecendo a salvação a nós. Elas encontraram um resgate compassivo em Moisés... Nós encontramos a redenção e a esperança da vida eterna em Jesus.

Elas foram humildes em receber ajuda.

Além de agradar ao Senhor, a humildade faz bem para nós mesmos. É uma qualidade que pode aproximar as pessoas de nós. A falta dela pode nos indicar o quão grande é o nosso ego, ao querer sermos autossuficientes. Na condição de ser humano precisamos das pessoas, sendo impossível viver e resolver tudo absolutamente sozinhos. Somos seres sociais e precisamos cooperar entre nós para alcançarmos sucesso e felicidade na vida. Todos nós precisamos e merecemos essa conexão com as pessoas à nossa volta, temos o que dar e o que receber, inevitavelmente.



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